domingo, 30 de junho de 2024

Apenas a minha imaginação

Gosto de imaginar que meu Alex deve estar por aí, em algum jardim encantado, brincando entre flores e borboletas, sob um céu sempre azul e iluminado pela luz dourada da Eternidade.
 

terça-feira, 25 de junho de 2024

Flagrante

Família Caramelo marcando presença no Foro de Canoas, RS. 
Foto de agosto de 2023.


domingo, 23 de junho de 2024

Meu amigo e seus amores

 

Tenho um amigo de décadas que leva o maior jeito com bichos. Olhando bem, ninguém diria. É um tipo fortão, praticante de artes marciais, faixa preta, sempre sério. É careca, grande (ele lembra um armário), disciplinado e com cara de mau. Sorri pouco e fala menos ainda. Enfim: ninguém, absolutamente ninguém, olhando para ele, poderia desconfiar do quanto ele se derrete quando se depara com bichos. E os bichos por ele. Teve até um grande amor chamado Bibi. Era uma cocker spaniel de longas orelhas que deveria ser oficialmente o cachorro da família. Pois é, deveria. Mas Bibi nitidamente preferia o meu amigo e não havia santo que a fizesse se afastar dele. Assim, nas temporadas de verão, Bibi se recusava a ficar na praia se meu amigo também não ficasse, de sorte que ia e voltava com ele onde quer que fosse. Pulava para dentro do carro e pronto. Não havia meios de dissuadi-la a ficar. Mas não era só a Bibi. Meu amigo parece que possui um ímã que atrai a simpatia dos bichos, mesmo os fiéis companheiros dos seus amigos, invariavelmente, demonstram uma especial predileção por ele. Pois bem. Há alguns anos, arrumou uma namorada que tinha uma gata. Claro que não deu outra. Amora, uma gatinha preta, e meu amigo acabaram morando juntos, e nada me convence que o romance dele com a namorada humana deu muito certo também por conta da Amora. Depois da Amora, chegou a Nina, particolor, que ele chama de “fusilica”, porque não para um minuto. No início, houve ciumeira, pois Amora se recusava a aceitar a intrusa. Mas, com o tempo, tornaram-se boas companheiras. Nem preciso dizer que o meu amigo é idolatrado por ambas. E, até onde sei, continua gostando muito de bichos, e os bichos dele. Naturalmente. Quanto à humanidade em geral, tenho para mim que meu amigo é, quanto a isso, tão cético quanto eu. 

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Adilson

 


Não posso deixar de contar aqui a história do Adilson. Aliás, só o nome e a elegância do gato já valem esta postagem. Pensem bem: Adilson! Soa bem, definitivamente. Adilson, até 2021 ou 22, morava na Zona Sul de Porto Alegre, em um condomínio, aliás, de ótimo nível. Bom, tem piscina, salão de festas, academia, essas coisas. O Adilson não apenas morava lá. Mais do que isso: ele era, simplesmente, o “dono” de um dos apartamentos.

Verdade! O apartamento teve vários moradores e até proprietários. As pessoas moravam e se mudavam, porém Adilson não. Ele continuava no imóvel. Os moradores podiam residir ali, mas deveriam “aceitar” a presença de Adilson naquele apartamento, garantindo sua alimentação e outras necessidades. E assim foi por anos! Adilson literalmente morava naquele apartamento, de onde saia bastante durante o dia, travando amistosas relações com todos os moradores do condomínio. Afinal, quando não chovia, passeava pelo estacionamento e, como muitos dos condôminos tinham carro, ele circulava por ali, sempre de bom humor, sempre simpático.


Quando não rondava o estacionamento, — ele adorava subir no capô dos veículos e tomar sol — Adilson costumava tirar uma soneca na parte externa do ar condicionado do seu apartamento, que possuía, aliás, uma passagem de entrada e saída exclusivamente dele, Adilson. À noite, quase sempre, recolhia-se. Eu tive a sorte de conhecer o Adilson e até de brincar com ele. Era manso, pacífico, simpático e, claro que sim, guloso. Não sei como não chegou a ser eleito síndico à época, tamanha sua popularidade. O tempo passou, porém, e operou mudanças. Adilson andou meio doente e, por conta disso, foi levado embora do condomínio, porque parece que precisava de assistência veterinária constante. Desde então, tive poucas noticias dele. Uma pena não morar mais lá. Um gato inesquecível.

 

Fotos de 2021, tiradas pelo Eduardo, um dos vizinhos do Adilson.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Cida

 Cida caprichando na pose.

"Çei"

No retrato, a personalidade dele, o Melo, que aparece em primeiro plano. Tem horas que o olhar deles vai fundo. Como se quisessem nos dizer aquele "ÇEI" de quem já entendeu tudo. Nenhuma novidade para quem convive ou já conviveu com bichos, especialmente cachorros. A propósito do Melo, está bem no novo lar. Adaptou-se logo, e eu soube que já tem uma amiga que o visita todos os dias para brincarem juntos no jardim.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Turma do Arpoador

Momento sossego.
Melo, Cida e Nanda desfrutando de todo o conforno no litoral gaúcho em maio, 2024.

 

Coisas da Vida

 O Caramelo (tinha de ser dessa família) enroscado na poltrona descartada, dormindo o sono dos bem alimentados e levando a vida de rua, livre da guia, das vacinas, da castração e do tutor. Entregue à própria sorte, ele sobrevive como cão sem dono. Cada dia é uma aventura. Cada vez que olho para um desses cães que vivem na rua, penso que devem saber muito dos homens. Precisam aprender desde cedo em quem confiar, pois atualmente não há mais latas de lixo que possam virar para obter alimento. Portanto, é aqui e ali que tomam água, quando não chove, e que encontram comida, quando não lhes é dada. Penso que, na estrita perspectiva de suas vidas, esses cães têm, basicamente, três alternativas que a sorte ou o destino lhes coloca. Continuarem na rua, desfrutando de uma liberdade que os põem em face da incerteza e na dependência de seus instintos, correndo todos os riscos que a cidade oferece, mas também vivendo a vida a grandes goles, apesar do risco de fome, frio e doenças. Podem também ir parar em abrigos, em meio a coletividades cada vez maiores, que aumentam muito, de sorte que terão companhia, alimento e relativo bem-estar, mas perderão essa liberdade malandra que só as ruas oferecem. A terceira alternativa seria a adoção. Ser acolhido por um humano e acabar em um lar, quente, protegido, com comida na hora certa, caminha com um nome qualquer, veterinário, vacinas e uma guia de passeio somente nas horas certas, livre de pulgas, talvez, obedecendo ordens e devendo aprender a fazer xixi e cocô apenas em lugares certos. Fico então filosofando sobre o existencialismo canino e procuro em mim mesmas respostas hipotéticas a essas perguntas não menos hipotéticas. Se eu fosse um cachorro, o que escolheria? A liberdade e autonomia com todos os riscos? O abrigo limitador? Um tutor que eu deveria amar e... obedecer? Ah, eu sei o que eu escolheria, sem hesitar, aliás. E você?

domingo, 16 de junho de 2024

Vizinhança

 Então, pela janela, avisto o felino. São gatos de rua, intocáveis, que vivem pelos telhados da vizinhança. São livres, tanto quanto se pode imaginar a liberdade. Muitos se aproximam dos prédios, olham pelas janelas e trocam olhares altivos com a gente. Desconfiados, é raro que se deixem tocar ou acariaciar. A maioria deles teme os humanos, e eu receio que tenham boas razões para tanto. Vivem da caça aos pássaros e também recebem porções de ração e alimentos variados que muita gente disponibiliza para eles. Quando namoram, fazem um barulho considerável, mas ninguém liga muito para os miados escandalosos e para o corre-corre nos telhados. É evidente que, não sendo castrados, multiplicam-se os gatinhos. Faz parte. Na foto, um lindo gato amarelo e branco. Não tem nome, que eu saiba. Nem dono ou, como se diz atualmente, tutor.

Um cachorrinho chamado Feio


Conheci o Feio há muitos anos e até já escrevi sobre ele em 2019. Jamais o esqueci. Sua triste história conta mais a história dos homens do que a história dos cães, alternando maldade e bondade. Quando o vi pela primeira vez fiquei encantada com a forma carinhosa com que ele buscava ficar perto de todos. Pude brincar com ele, acariciar seu pelo macio. Outros cães da casa o ajudavam muito, assim como as pessoas que lá o acolheram logo após sofrer verdadeiras atrocidades que o deixaram cego e sem uma patinha. Ainda assim, Feio não teme os homens. Ao contrário: aproxima-se deles com afeto. Vive em uma casa grande onde existe uma piscina. A princípio, temia-se que, por ser cego, Feio pudesse cair nela. Para surpresa de todos, os outros cachorros da casa imediatamente perceberam o risco e, acreditem, todos passaram a cuidar do Feio e a guiá-lo sempre que, com seu passo incerto, ele saia para o jardim e se aproximava da borda da piscina. Também era "cuidado" pelos outros cães na hora de comer e de beber água, pois era delicadamente conduzido até o prato e o bebedouro. Feio é, para mim, uma lembrança marcante. Sei que não está mais entre nós. Sei que sua vida foi muito triste desde o nascimento até sua acolhida. A partir de então, recebeu todo amor e cuidado. Hoje, tanto tempo depois, ainda penso nele e, sinceramente, ainda me vem à mente a forma carinhosa como chegou perto de mim e recebeu meus afagos e festejos. Apesar de tudo o que sofreu, ele ainda confiava em humanos. Penso que Feio talvez conhecesse a paz. Afinal, ele a distribuía e a inspirava onde quer que estivesse, apesar de tudo o que sofreu. Quem sabe?

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Nanda

 

Nanda é a doçura em pessoa, embora não seja muito bonita. Eu explico: quando ela foi encontrada ainda filhote todos juravam que ela era um pinscher. A cor preta, os detalhes marrons, muito pequena, bem magrinha. Mas o tempo passou, e ela foi crescendo, crescendo. Enfim, Nanda pesa hoje uns 20 quilos ou mais, o que faz dela um pet de porte médio. Como teve alguns problemas de saúde, foi tratada com corticoides e isso não ajudou em nada a melhorar sua aparência. A questão que importa, todavia, não é beleza ou feiura. O que importa é que o acolhimento foi pleno, e Nanda é hoje, depois de 12 anos desde a adoção, um membro da família, muito amada pelos seus humanos. Como Cida, sua irmã, Nanda a-do-ra comer e dormir. Contudo, ambas são muito descoladas. Não dão trabalho para ninguém, e já viajaram mais de uma vez de carro até São Paulo sem causarem qualquer transtorno. Ambas são companheiras muito queridas. A Nanda, assim como a Cida, entende tudo que se passa ao redor dela. Com relação ao Dino, o paulista que vocês já conhecem, temos ainda um período de adaptação pela frente. O trio, porém, tende a se unir, não obstante algumas diferenças. Afinal, gaúchos e paulistas... ora, vocês me entendem.

A Fuga: tensão e desespero em Porto Alegre.

 

Acontece, pessoal, que parte da turminha do Arpoador, no caso, a Nanda, a Cida e o Dino estão aqui em Porto Alegre, acompanhando seus humanos. Como já contei para vocês, Cida e Nanda são gaúchas, mas o Dino é paulista. Embora já estejam adaptados às respectivas presenças, há um histórico de violência que torna essas relações, no mínimo, delicadas, embora estáveis. Acontece que hoje, a chegada de uma visita e uma porta aberta acabaram por gerar o maior desespero na casa. Imagimem! Dino fugiu! Quando os humanos da casa se deram conta da fuga, parte do condomínio foi convocada para as buscas nas imediações. Foram momentos de verdadeiro horror e pânico. Afinal, Dino não conhece a cidade. Além disso, a rua é muito movimentada e todos temiam o pior. Dino, de pequeno porte, poderia ter sido roubado. Havia ainda o risco de ele sofrer um acidente! Poderia ter sido atropelado! Todas essas possibilidades colocaram os humanos à beira de um ataque cardíaco. Por sorte, depois de intensa procura pelo bairro, Dino foi finalmente encontrado. Soube-se que ele conseguiu atravessar a movimentada avenida, chegando incólume ao outro lado. Por sorte, alguém o levou a uma loja de animais, onde recebeu a devida atenção. Finalmente resgatado, Dino agora está seguro e com sua família. Obviamente, haverá um inquérito e investigações acerca da fuga, pois não foi descartada a hipótese de uma cosnpiração da facção rio-grandense. Todavia, o devido processo legal será rigorosamente observado, com oitiva das suspeitas que, no mínimo, nada fizeram para impedir a fuga de Dino. Seja como for, até prova em contrário, todos são inocentes. Não são?

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Cida

 Esta é Cida. Há 12 anos foi adotada, e chegou adulta ao lar que até hoje a acolhe com muito carinho. Disso se deduz que ela é bastante idosa. Gulosa e ciumenta, a Cida não suporta que outros cachorros sejam agradados na frente dela, de modo que se enfia entre um e outro e exige o carinho para ela. Eternamente carente, a Cida é muito tranquila. Pessoas não muito sensíveis costumam chamá-la de "pantufa velha", por causa dos pelos sempre desalinhados. Ela, porém, parece não ligar a mínima para esse tipo de desqualificação. A Cida é irmã da Nanda, moram juntas e têm ambas temperamento tranquilo. Todavia, elas são muito, muito, muito gulosas. Ambas até convivem bem com outros cães, não obstante haja precedentes que desmentem essa "tranquilidade". Mas essa é outra história. Afinal, quando há paulistas na área, a coisa muda de figura.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Dino

 

Dino é paulista. Acreditem! Um estrangeiro vivendo entre nós, gaúchos. Particularmente, acho que ele é muito bonitinho, como vocês podem ver nesta foto. Vive atualmente entre gaúchos modalidade "raiz". Conta-se que, a princípio, o relacionamento foi muito complicado, até porque eram três paulistas convivendo com duas gaúchas. A coisa complicou bastante. Contam que não faltaram episódios durante os quais houve sangue derramado. Todavia, atualmente, depois de dois óbitos (oficialmente nenhum deles ralacionado ao caso, diga-se) a harmonia parece já estar estabelecida, ainda que o Dino hesite às vezes em frequentar o mesmo ambiente que as gaúchas Nanda e Cida, agora suas irmãs.  Falaremos delas por aqui também. Seja como for, o Dino, com seu lindo pelo dourado, é uma simpatia, embora reservado e discreto. Pudera, é paulista, se é que vocês me entendem.