Doentinho

Faz parte da vida a gente ficar doente. Tenho sentido que as coisas já não são mais como eram antes. Não subo mais sozinho na cama nem nas poltronas aqui de casa. Não corro mais. Escadas e passeios longos, nem pensar. Mas vou vivendo. Um dia de cada vez. 
Meu coração se esforça para continuar a bater. Vou levando a vida, sendo muito, muito, muito amado por todos os meus amigos queridos. Tenho sentido frio. Também não me entusiasmo muito com comida. Estou magrinho, inchado por conta da pressão. Mas o meu vet, o Doutor Antônio Marcos Bonatto, cuida bem de mim e faz todo o possível para que eu tenha dias tranquilos. Também a Rose e o Diego da Petshop Porto das Estrela fazem de tudo para que eu me sinta o melhor possível.
Do meu jeito, eu sei que estou bem doente. Sei dos meus limites também. Estou frágil. Como diz o Dr. Marcos, sou frágil como um cristal delicado. Mas a vida está aí, e eu estou nela...

Viva a terceira idade!

Feliz de quem consegue manter ao seu lado, por bastante tempo, o companheiro fiel e amigo. O tempo vai passando, os anos vão se acumulando, e parece que passam tão depressa que a gente nem sente. Um dia, porém, nos damos conta de que boa parte da vida já se foi, e é tarde demais para se preocupar com isso. É a vida, sim. É ela que vai chegando perto de um final que às vezes se anuncia. E então ela pede para a gente se preparar.

Alex completa 13 anos no dia 26 do mês que vem, mas a Nina, que já tem 19 anos, é Dona Nina. Ela e Alex agora são amigos e adoram um sofá macio para poderem dormir no quentinho, ao lado da Angel, que cuida dos dois, na Pet Shop Porto das Estrelas aqui de Porto Alegre. 

Com amor e cuidado, é possível vencer o tempo, vivendo um dia de cada vez.

Muito triste

A gente sabe que a vida começa e que a vida também termina. Nossos amigos vivem menos do que nós, mas não creio que estejamos preparados para perdê-los. Nunca.
O dia do exame chegou.
Alex tomou um banho como sempre caprichado na pet. Cheiroso, de gravata, escovado. Estava lindo! A hora marcada se aproximava.
Foi um dia bem difícil. 
O exame foi demorado. Cuidadoso. E o resultado, que eu já havia lido nos olhos do veterinário que o realizou, não foi nada bom. O ecocardiograma revelou aquilo de que já se desconfiava, só que ainda pior. 
Alex agora é frágil como um cristal.
Isso não significa que ele vá morrer hoje ou amanhã. Isso significa que ele precisa viver dentro de muitos limites. Não pode mais comer sal nem aquelas guloseimas todas das quais tanto gosta. Deve se conformar, aos poucos, só com ração. Também não pode mais ficar muito alegre, nem correr, nem brincar de maneira agitada, nem subir escadas... 
O coraçãozinho dele está muito afetado. Um lado está profundamente comprometido. Os pulmões também estão mal. A única coisa que se pode fazer agora é tratar. Evitar que a pressão suba. Ele está tomando um remédio para isso e também um diurético, além do Gardenal que já toma duas vezes ao dia. Não é fácil encarar seus grandes olhos, olhos que enxergam pouco mas que vêem muito, sem sentir uma vontade imensa de chorar.
Ele dorme mais agora, dorme quase que o dia todo, mas sempre perto de mim, certamente para me cuidar. 
Felizmente ele não tosse há dois dias, e isso é sinal de que está reagindo ao tratamento.
Suas chances dependem de ele não piorar, de manter-se assim como está pelo maior tempo possível.
Meu amor, meu guardião, meu companheiro. Fica comigo, Alex.

O tempo passa

Alex vai fazer 13 anos no próximo dia 26 de setembro, e o tempo já pesa sobre ele. Está quase cego, meio surdo. Recentemente descobrimos que seu coração não anda bem. Agora apareceu uma tosse que, em certas noites, não o deixa dormir. Pode ser consequência da cardiopatia. Não sei ao certo.
Hoje ele vai fazer exames. 
É muito doloroso perceber que o tempo passou e fez alguns estragos. 
Em mim surge o medo. O terrível medo de perder Alex, que eu amo tanto.