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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Segredos da Floresta


Era uma vez, em uma aldeia esquecida pelo tempo, um homem cuja idade era incerta. Seu semblante trazia as marcas de anos vividos, mas seu vigor permanecia intacto. Ele era uma figura solitária e misteriosa, vestindo-se sempre com elegância. Era alto e parecia forte. Jamais sorria. Suas palavras eram medidas com parcimônia, como se cada uma custasse um alto preço. Sua casa, antiga e imponente, permanecia quase sempre fechada, com as janelas vedadas. Era como ali se escondessem antigos segredos.

O homem raramente era visto fora de casa. Quando o fazia, era para uma breve caminhada ou para receber entregas, sempre evitando qualquer interação desnecessária. A aldeia, inquieta com o desconhecido, começou a sussurrar. Seria ele um fugitivo? Um assassino? Ou talvez algo ainda mais sombrio? O murmúrio crescia com o tempo, tecendo uma teia de especulações e medos. Contavam os mais antigos, que o homem se mudara- para ali discretamente há muitos e muitos anos. De um dia para outro, ocupou a antiga casa de pedra, que fora reformada recentemente por gente de fora da cidade que ia e voltava em silêncio.

Então, um dia, algo inesperado aconteceu. O homem apareceu com um cão. Mas não era um cão comum. A criatura era enorme, de pelagem cinzenta e densa, com olhos oblíquos que brilhavam de tal forma que era impossível olhar para o animal e não pensar que era quase humano. Seu porte lembrava mais um lobo selvagem do que um animal doméstico. O cão acompanhava o homem por toda parte, silencioso e vigilante, emanando uma aura de mistério que rivalizava com a do próprio dono.

A presença do animal despertou novos rumores. Seria ele um lobisomem? Um guardião demoníaco? As histórias se multiplicavam, cada uma mais fantástica que a outra. O cão, tal como o homem, não incentivava aproximações. Seu tamanho intimidava, mas era o olhar que realmente afastava qualquer tentativa de interação. Havia algo de inexplicável naqueles olhos, algo que sugeria mistérios, segredos antigos e proibidos.

Certa noite, quando a aldeia estava envolta em um silêncio profundo, o homem e seu cão partiram para uma caminhada na floresta que cercava a vila. Um morador da vizinhança, todavia, os observou de longe quando saíram de casa. Intrigado, decidiu segui-los de longe, movido por uma curiosidade que não podia ser contida.

À medida que adentravam na escuridão da floresta, o vizinho espião mais cautela tomava, para manter-se distante. Contudo, algo estranho aconteceu, quando o homem pareceu se dissolver na penumbra, enquanto o cão permanecia lá, encarando agora o observador com um olhar que lhe atravessava a alma. De repente, o cão se transformou. Sua forma corpórea se desfez, revelando uma criatura etérea, luminosa, que parecia ser feita da própria luz das estrelas.

O cão era mágico, sim, mas não de uma magia sombria. Ele era um guardião de antigos conhecimentos, um protetor de segredos ancestrais. Sua missão era proteger aquele homem solitário, não por quem ele era, mas pelo que guardava com ele, segredos que poderiam salvar ou destruir o mundo.

Quando o observador finalmente compreendeu o que seus olhos testemunhavam, jurou para si mesmo calar-se a respeito de tudo o que vira. Depressa, afastou-se dali, não sem antes testemunha o desaparecimento da criatura luminosa que voltou a ser apenas um cão. O silêncio da floresta se fez então assustador. E com ele, a promessa de que alguns segredos devem permanecer ocultos.

 Imagem criada com IA

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