"A inteligência dos cães é proverbial."
"É fácil compreender o cão e ler-lhe os pensamentos. O cão não pode enganar, nem dissimular, nem mentir, porque não pode falar. O cão é um santo. É de um natural franco e honesto."
"Um cão admite alegremente a superioridade do dono, aceita os seus juízos como definitivos, mas, contrariamente ao que pensam muitas vezes os amigos dos cães, não se considera um escravo. A sua submissão é voluntária e quer que lhes respeitem os seus pequenos direitos: o dono é seu rei, quase o seu Deus, e espera que seu Deus seja severo, se é necessário, mas também que seja justo."
"Quando um cão está doente, submete-se a quase tudo, até a uma operação dolorosa, contanto que se lhe explique, com voz doce mas firme, que assim é necessário e a razão por quê. Não obrigue nunca um cão doente a comer; a maior parte das vezes só fará para vos comprazer, até quando o instinto o aconselha a priver-se de todo alimento, o que, geralmente, basta para lhe melhorar."
MUNTHE, Axel, O livro de San Michele, trad. Jaime Cortesão. Lisboa: Edição Livros do Brasil Ltda, sem data, pg. 53-55.
"É fácil compreender o cão e ler-lhe os pensamentos. O cão não pode enganar, nem dissimular, nem mentir, porque não pode falar. O cão é um santo. É de um natural franco e honesto."
"Um cão admite alegremente a superioridade do dono, aceita os seus juízos como definitivos, mas, contrariamente ao que pensam muitas vezes os amigos dos cães, não se considera um escravo. A sua submissão é voluntária e quer que lhes respeitem os seus pequenos direitos: o dono é seu rei, quase o seu Deus, e espera que seu Deus seja severo, se é necessário, mas também que seja justo."
"Quando um cão está doente, submete-se a quase tudo, até a uma operação dolorosa, contanto que se lhe explique, com voz doce mas firme, que assim é necessário e a razão por quê. Não obrigue nunca um cão doente a comer; a maior parte das vezes só fará para vos comprazer, até quando o instinto o aconselha a priver-se de todo alimento, o que, geralmente, basta para lhe melhorar."
MUNTHE, Axel, O livro de San Michele, trad. Jaime Cortesão. Lisboa: Edição Livros do Brasil Ltda, sem data, pg. 53-55.
O LIVRO DE SAN MICHELE, escrito em 1929, é um desses que a gente lê e grava para sempre. O autor conta parte de sua vida, falando sobre lugares e pessoas que conheceu. Ontem, ouvindo falar de San Michelle quem por lá já esteve, lembrei na hora de procurar o livro e reler as muitas partes assinaladas por mim, encontrando essas passagens sobre os cães. O Dr. Munthe adorava animais, tendo por eles um carinho todo especial.