terça-feira, 15 de setembro de 2009

Epilepsia Canina: conversar ajuda, sim.

Há alguns dias, recebi e-mail da parte de uma menina que descobriu que seu cachorrinho também sofre de epilepsia. Estava triste e consternada. Ela achou este Blog, por conta de uma busca no Google que a trouxe até a postagem onde falei do caso do Alex. O cachorrinho da Criss, nome da moça que me escreveu, chama-se Teddy.
Fiquei emocionada ao ver a luta dessa menina em achar uma maneira de amenizar o sofrimento de seu poodle que, segundo ela, começou recentemente a apresentar convulsões. Estavam, quando ela me escreveu, vivendo a fase de ajustar a dose do Gardenal. É assim mesmo. Até achar a quantidade certa do remédio para que as convulsões deixem de acontecer é uma luta, um período de tensão constante que eu conheço muito bem.
O ideal é que fosse preciso dar remédio apenas uma vez por dia, mas pode acontecer ser necessário fazer isso a cada 12 horas, como é o caso do Alex, há mais de três anos, desde que ele começou a ter convulsões.
Sei, porém, que logo, logo, a Criss e o Teddy vão encontrar uma forma de conviver com a epilepsia canina que o acometeu, evitando o lado pior dessa doença, que são os chamados ataques. Sorte do Teddy, que tem quem o ame, quem cuide dele, quem sofra por ele e com ele, lutando pela sua saúde.
Muitos cachorrinhos não têm, infelizmente, a mesma sorte. Há quem prefira, por exemplo, sacrificar o animal quando descobre a doença. Não se pode julgar uma atitude assim, no entanto, porque cada um sabe de si e toma a decisão que julga mais acertada. Não sei, todavia, se passaria pela cabeça de nossos cachorros sacrificar a nós, os seus donos, quando ficássemos doentes, precisando de ajuda e tratamento. Acho que não. É que cachorro ama de verdade.
Tenho acompanhado o caso do Teddy, pois a Criss me envia e-mails, comentando como vai indo o tratamento. Isso me faz sentir gratificada e mesmo contente por ter contado para todo mundo que o Alex, meu amado lhasa apso, tem este problema e que o enfrenta, com coragem e determinação, há bastante tempo.
É claro que dar um remédio a cada 12 horas implica em comprometer-se para sempre. A epilepsia canina, a hereditária ao menos, costuma ser irreversível e isso significa que, para manter o cachorro livre das convulsões, é preciso manter o tratamento. É preciso estar ali, a cada 12 horas, fazer-se presente e nunca deixar o remédio terminar, remédio que, por sinal, precisa ser receitado por médico veterinário, com receita sujeita à retenção. Complicado, sim. Mas a gente faz, porque ama. Por outro lado, vive-se também com a angústia de saber que os fenobarbitúricos ― remédios como Gardenal ― têm efeito cumulativo no organismo, de sorte a gerar sobrecarga no fígado do animal, o que, com o tempo, sendo necessárias doses muito elevadas, pode levar ao óbito.
Todavia, quem ama o seu bichinho de estimação, enfrenta isso com coragem, não obstante a imensa tristeza, a terrível sensação de impotência que sentimos diante de um quadro agudo de convulsões.
Criss me falou também das alterações no comportamento do animal, logo depois que a epilepsia se manifesta, alterações que assustam o dono. Coisas como ficar apático, lamber-se muito, coçar-se sem parar, ainda que não existam pulgas. Isso também pode acontecer e aborrece, sim, bastante, ver nosso bichinho mudado, alterado, enfim, diferente do que sempre foi.
Felizmente, o Teddy está superando as crises, tem apetite e tudo indica que vai reagir muito bem ao tratamento. Ele toma Gardenal em compridos, dose que é dividida e misturada na comida. Ele também vai usar shampoo especial e trocar de ração. Aliás, bom falar nisso. De fato a Royal Canin ajuda bastante em caso de animais sensíveis. Menos comida e mais ração é o melhor para eles, embora a gente saiba muito bem que o quanto nossos cachorros gostem de provar tudo o que a gente come... As últimas notícias que tive do Teddy são ótimas, portanto. Vai ficar bem, graças ao amor da Criss e com uma torcida muito grande da gente, aqui de Porto Alegre, especialmente a minha, a do Alex e a todos os amigos deste Blog. Força, Teddy!
Bom, pessoal, de tudo isso fica registrado que epilepsia canina não é o fim. Dá para conviver com ela, e não será por causa dela que a gente vai amar menos o nosso melhor amigo.
Afinal, cachorro é tudo de bom.

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