terça-feira, 20 de agosto de 2024

Gatos. Uma vez deus...

 Gatos. Como são elegantes e charmosos esses bichos! Encantadores. Mesmo os mais simples, como este, por exemplo, que vive em um mercadinho à beira de uma das estradas que existem na serra gaúcha.  Era 2020, e me lembro bem de ter me encantado com os olhos azuis do bichinho. Deixou-se agradar e pegar. Acredito que até posou para esta fotografia que encontrei hoje, revirando arquivos. Os tons cinzentos e frios da pelagem combinam com a azul do olhos. Sinceramente, ele não parece estar usando um delineador? Impecável, elegante, refinado. Gatos me dão o que pensar, por conta de seu comportamento não raramente fleumático. É como se não fizessem nenhum movimento inútil. Só se mexem quando têm algo a fazer, algo que sabem exatamente o que é. Até quando brincam com uma simples bolinha de papel, seus movimentos são harmoniosos e precisos. Gatos são pura sedução. Tem horas que eu chego a pensar que escravizam seus donos. Portanto, não fico nem um pouco admirada pelo fato de os antigos egípcios terem os gatos como deuses. Na verdade, não é exagero! Eles realmente eram venerados. Bastet, a deusa egípcia com cabeça de gato, era a protetora dos lares, da fertilidade e da harmonia. Os egípcios acreditavam que os gatos tinham poderes divinos, e matar um deles, mesmo que acidentalmente, era considerado crime grave. Esses felinos, com seus olhares enigmáticos e postura impecável, não só protegiam as casas dos egípcios dos roedores, mas também eram tratados como membros da família — com direito a honras na hora da morte e, acredite, até mumificação! Talvez isso explique um pouco do porquê, até hoje, eles parecem se sentir no topo do mundo. Afinal, uma vez deus, sempre deus, não é?

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O Gato


 Faz tempo que o conheço. É um velho frequentador dos telhados da vizinhança. Não muito sociável a ponto de se deixar pegar, mas o bastante para descolar refeições em horas certas. Isso mesmo. Costuma reclamar quando não é servido na hora. Recentemente descobri que frequenta a área de serviço de um apartamento que fica ao lado do meu, só que em um prédio vizinho. Chega pela manhã, em torno das oito horas. Todavia, se não encontra a porta da cozinha aberta e alguma boa refeição já servida para ele, põe-se a miar insistentemente até ser atendido. Não é muito jovem, nem mansinho, pois, embora a foto não mostre, é cego de um olho, provavelmente por causa de alguma briga com outros gatos, eu espero, pois não descarto nunca a possibilidade de alguma maldade humana. Esta foto é rececente. Ele nem se importou muito comigo. Sei que estava olhando para a janela da minha cozinha, provavelmente interessado em alguma possível refeição. Quem sabe? Afinal, uma vez gato, sempre gato...